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quinta-feira, setembro 29, 2011

BRITÂNICOS ADMITEM TAXA SOBRE TRANSACÇÕES FINANCEIRAS MAS APLICADA POR TODOS

O governo britânico admite "em princípio" a ideia de uma taxa às transacções financeiras hoje proposta pelo presidente da Comissão Europeia mas apenas se for aplicada globalmente, afirmou hoje um porta-voz do ministério das Finanças. "O governo vai continuar a discutir sobre com os seus parceiros internacionais um Imposto sobre as Transacções Financeiras e em princípio não tem objecção", disse. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, anunciou hoje no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que o executivo comunitário adoptou uma proposta para uma taxa sobre as transacções financeiras que poderá render anualmente 55 mil milhões de euros. Porém, enfatizou que "qualquer taxa sobre as transacções financeiras teria de ser aplicada globalmente e existem um conjunto de questões práticas que precisam de ser resolvidas". Pelo contrário, a ideia do que chama de imposto Robin Hood foi bem recebida pelo secretário-geral do Trades Union Congress (TUC), plataforma que reúne 58 dos principais sindicatos do país. "Isto seria um passo em frente e apelo ao governo britânico que apoie", disse Brendan Barber, alegando que as receitas poderiam ser aplicadas na defesa do ambiente, no combate à pobreza e na redução dos cortes no sector público. A taxa "ajudaria a reequilibrar a economia, resolveria a sub taxação do sector financeiro e recompensaria o investimento a longo prazo", argumentou. Porém, Matts Persson, director do instituto Open Europe, considera que a proposta hoje feita é uma "falsa partida" pois, apesar de não ser má, terá muitos obstáculos para ser posta em prática. "Será muito difícil de ser aprovado, primeiro pelo Reino Unido mas também por outros países altamente cépticos, incluindo a Suécia, a Holanda e a Itália", afirmou à agência Lusa. Na opinião deste investigador em questões europeias, "deverá acontecer na Zona Euro apenas mas improvavelmente ao nível de todos os estados europeus". Considera ainda "extremamente difícil" à ideia de ser aplicado a nível internacional, como defende Londres. "Conseguir acordos globais em qualquer coisa já é difícil, numa coisa tão complexa como um imposto sobre transacções, a esta altura, é quase impossível", comentou. A principal preocupação do Reino Unido é que, se uma taxa destas fosse apenas aplicada a nível europeu, os bancos e outras organizações financeiras transfeririam a sede para outro país que não aplicasse o imposto. Isto poderia ter impacto a nível da economia europeia e do emprego e causar instabilidade nos mercados financeiros. Estima-se que a indústria financeira britânica represente cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 36% de todo o mercado europeu.
Quarta, 28 Setembro 2011

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